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EMS Faz Investimento Bilionário para Sair na Frente na “Corrida do Ozempic”

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Com 10 mil metros quadrados e um faturamento superior a US$ 37,5 bilhões em 2024, a Zona Franca de Manaus é conhecida como um polo de produção de aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos e por sua indústria de duas rodas — responsável pela produção de mais de 90% das motocicletas do país. Mas ela é mais do que isso.

A região também é a casa de uma das cinco maiores fábricas de medicamentos sólidos do mundo — a Novamed. A empresa faz parte do Grupo NC, holding dona da EMS, a maior farmacêutica do país que é conhecida pela sua forte atuação nos segmentos de medicamentos genéricos e similares.

Em Manaus desde 2014 e com uma expansão de capacidade recém-concluída, a fábrica é a primeira do Brasil com um processo de fabricação 100% automatizado. De lá saem cerca de 1,5 bilhão de comprimidos por mês e a expectativa é de que a capacidade alcance a marca de 2,5 bilhões no primeiro trimestre de 2026.

A aposta da EMS na fábrica de Manaus, ajuda a contar uma história que está se desenvolvendo a mais de 3,7 mil quilômetros dali — a aposta bilionária da farmacêutica no mercado de produtos para obesidade e diabetes tipo 2 para rivalizar com os recém-chegados ao Brasil Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk e Mounjaro, da Eli Lilly, medicamentos que utilizam o peptídeo GLP-1 como base. Um mercado que, segundo a consultoria Barclays, pode movimentar cerca de US$ 200 bilhões anualmente pelos próximos anos.

É em Hortolândia, em São Paulo, que a EMS inaugurou em 2024 a sua primeira unidade fabril dedicada à produção de peptídeos — base da maior parte dos medicamentos voltados para o combate à diabetes e obesidade.

Com um investimento superior a R$ 1 bilhão, o projeto é ambicioso e deve continuar crescendo ao longo dos próximos meses, colhendo frutos antes mesmo do vencimento da patente do Ozempic no país — o que ocorrerá no próximo ano. É claro que não é apenas a EMS que está de olho em uma fatia do bolo bilionário, mas é a única farmacêutica brasileira que se prepara para produzir o seu próprio produto do início ao fim.

No segundo semestre, começam a chegar às farmácias dois medicamentos à base de liraglutida, análogo ao GLP-1: Lirux e Olire. A estimativa é que sejam comercializadas 250 mil canetas do medicamento em 2025.

Em release divulgado pela companhia no fim do ano passado, o bilionário Carlos Sanchez, membro da família fundadora e presidente do conselho de administração da EMS, descreveu o momento como um marco na história da empresa. “Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado”.

Em entrevista à Forbes Brasil, Gustavo Bizinelli, CFO da EMS, apresentou os planos da companhia para o novo mercado. Segundo ele, o objetivo é que a farmacêutica supra não apenas a demanda interna, mas também se torne um exportador relevante. A expectativa é que, a partir de 2026, o faturamento seja de US$ 4 bilhões por ano com o segmento — US$ 2 bilhões com exportações (principalmente para os Estados Unidos) e US$ 2 bilhões no Brasil.

Maratona e não 100 metros rasos

O boom dos medicamentos altamente eficazes para o tratamento da obesidade e do sobrepeso ganhou força em 2020 e parece longe do fim. Todo mundo quer uma fatia do mercado bilionário.

No exterior, as pioneiras Novo Nordisk e Eli Lilly continuam expandindo seus produtos já consolidados para novos mercados, ao mesmo tempo em que investem bilhões de dólares no desenvolvimento de novas gerações de drogas emagrecedoras.

No Brasil, o cenário que se desenha é de grande competitividade — o que levou à redução dos preços dos medicamentos pelas fabricantes nas últimas semanas.

Diversas empresas do setor farmacêutico se preparam para o fim da patente do Ozempic no país no próximo ano e planejam importar o produto. Enquanto isso, a EMS se organizou para produzir análogos do GLP-1 integralmente em território nacional, com desenvolvimento de tecnologia própria.

Segundo Bizinelli e Iran Gonçalves Jr., diretor médico da EMS, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a produção de peptídeos começaram antes mesmo do boom do Ozempic.

“O que talvez faça mais diferença aqui é a inquietude do sócio, sempre atento aos movimentos do mercado. Seremos a primeira indústria nacional com uma fábrica local para produção de peptídeos. E já pesquisamos isso há pelo menos seis anos. Não é um trabalho de curto prazo. O desenvolvimento de medicamentos é complexo”, explica o CFO.

De acordo com Gonçalves Jr., as primeiras reuniões e hipóteses para o projeto foram feitas há quase uma década — antes mesmo da indicação clínica para o tratamento da obesidade. Na época, os estudos apontavam para uma medicação altamente eficaz contra o diabetes tipo 2.

“Nossos concorrentes estão trazendo o produto acabado e nós estamos fabricando aqui. Isso é uma incorporação de tecnologia para o Brasil. Temos uma tecnologia que não existe no Hemisfério Sul, que é a ciência de proteínas”, explica.

Ter começado a corrida há mais tempo foi o que permitiu à EMS estar bem posicionada para surfar o mercado no próximo ano — e não só no Brasil. Com a aprovação da Food and Drug Administration (FDA, a Anvisa americana), a companhia brasileira terá seis meses de exclusividade de vendas no país. Embora as Américas sejam o foco principal neste primeiro momento, os olhos da empresa também estão voltados para a Europa.

O estudo e a aposta feitos no passado se mostram promissores, mas no universo farmacêutico é preciso contar com um pouco de sorte. “Nada é decidido da noite para o dia e é um mercado de alto risco”, explica Gonçalves Jr. Entre os primeiros estudos e a comercialização, é comum que produtos mais eficientes apareçam e joguem por terra anos de pesquisa e desenvolvimento. Não é o caso da semaglutida.

De acordo com Bizinelli, a produção própria do medicamento traz diversas vantagens competitivas, incluindo uma cadeia de abastecimento mais rápida e eficiente. Hoje, o desabastecimento de Ozempic e Mounjaro é um problema frequente devido à alta demanda, e nem mesmo os demais produtores de similares conseguem atender ao mercado global.

Além dos análogos do GLP- para perda de peso e diabetes, a companhia tem uma série de outros produtos sendo pesquisados e desenvolvidos com peptídeos.

O motor da EMS

Embora não existam planos imediatos para que uma das futuras unidades fabris de peptídeos seja instalada em Manaus, a operação é essencial para a manutenção dos planos futuros da EMS — que envolvem também a aposta no crescimento da linha de oncológicos, injetáveis e orodispersíveis. Isso porque, embora a companhia busque novas avenidas de crescimento no longo prazo, os diretores apontam que o desejo é continuar crescendo em seu negócio principal.

“Nós somos muito conhecidos pela caixa azul do genérico. Não queremos perder a nossa essência”, declara Bizinelli.

Gonçalves Jr. aponta que a fábrica de Manaus, por si só, pode ser considerada um polo farmacêutico devido ao seu tamanho e estrutura do ponto de vista de tonelagem de medicamento.

“A fábrica de Manaus é o motor da EMS. Quem financiou a inovação que temos hoje foram os genéricos. A EMS ficou grande porque entrega isso — tecnologia de qualidade na elaboração e manipulação das fórmulas e matérias-primas. Ter a unidade de Manaus funcionando e produzindo garante os investimentos nas outras áreas”, conclui o diretor médico.

 

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